sábado, dezembro 13, 2008
o fim do capitalismo
A crise de nosso sistema financeiro global já mostrava os dentes muito antes dos avisos de concordatas, bolhas imobiliárias ou oscilações* da bolsa.
Dobrando a esquina, no McDonald´s mais próximo, já percebemos que algo está errado:
Não existem mais os McNúmeros! Ou McOfertas!
Big Mac + McFritas + Coca-cola não é mais número um! Foi-se pedir pelo número!
Não só saíram as opções numéricas no cardápio, mas desconfiguraram o cardápio inteiro! Tentar escolher um pedido no balcão tornou-se um verdadeiro desafio visual. No lugar dos pacotes tradicionais, os banners acima dos atendentes mostram fotos mega produzidas de apenas algumas das opções. Mega não, ultraproduzidas. Tipo cartaz de blockbuster do verão. As informações sobre preços, pacotes, opções de sandubas e tal... sumiram!
Se o maior rede de "restaurantes" do mundo não consegue expor seus produtos, é um dos sinal dos tempos.
Parece até que numa reunião de cúpula da diretoria, o Ronald virou e disse: “ah, todo mundo sempre pede a mesma coisa, né? E todo mundo já come no McDonald´s mesmo; tem o cardápio tatuado em suas mentes! Pra que perder espaço com as opções? Vamos só lembrar os consumidores de alguns dos Mcs. O resto que se lixe”.
Outro ícone máximo, a Coca-Cola, já mostra suas mensagens de Natal. Porém, diferente dos outros anos, a tal criadora do Sr. Noel está com um spot sem sal. E, pior de tudo, genérico!
Troque a assinatura por margarina, supermercado, novela turca ou minisérie da globo que dá na mesma: uma produção "grandiosa", mas sem a magia e o humor da Coke.
Ainda não sabemos se os EUA vão passar grana pras montadoras, se as taxas de juros de 2009 serão monstruosas ou se segunda-feira teremos que tirar "férias coletivas". Mas os sinais estão cada vez mais próximos.
*ok, fui beeeeem generoso em substituir quedas por oscilações.
Ps: Essa mudança numérica implica ainda numa nova forma de envelhecimento. Já posso dizer que "sou do tempo em que se pedia McDonald´s pelo número".
sexta-feira, novembro 21, 2008
a conquista da honra
LoboMau agora escreve-se com letra maiúscula. O cão que todos adoravam passou nos testes e pode até ser chamado de Dotô. Afinal o título de originalidade, ou o Certificado de Pureza da Raça - por mais neonazista que o nome sugira - garante essa distinção ao animal.
Sr. Lobo afirma que essa conquista não vai subir na cabeça. Vai continuar sendo amigo dos animais da vizinhança (ao menos dos pequenos).
Mesmo sendo um selvagem, faz parte de uma categoria, de uma organização. Tem um papel que confirma sua origem escocesa.
Na aquisição, a simpatia do pequeno cão desviou qualquer necessidade de documentação; o que importava era apenas levar o garoto pra casa.
Passados um ano e meio, veio a adolescência canina e seus instintos reprodutores. Com papel na mão, facilita-se a busca pelas futuras cadelas-mães dos filhos do Lobo. Não é Zé do Caixão, mas a cachorra que carregará as crias do rapaz deverão ser impecáveis, perfeitas e tal.
Não que ele seja seletivo. Mas se a outra for, não será um pedaço de papel que impedirá a união dos dois.
Virei criador e a procura de uma terrier escocesa no cio!
quarta-feira, outubro 08, 2008
4 olhos
A primeira vez que coloquei lente de contato ganhei super poderes. Tipo Peter Parker ao se olhar no espelho e encontrar um cara musculoso no reflexo ou subindo as paredes do prédio vizinho. A lente dava a impressão que o mundo é enorme, que existem conhecidos na rua, que as estrelas são pontos e não asteriscos brilhantes e que toda a fascinação do homem pela lua é completamente compreensível.
Oito anos depois ouvi um boato que as benditas lentes não são tão poderosas assim: elas matam células do globo ocular, trazendo graves riscos àqueles que usam o acessório por anos a fio.
Desde então comecei uma procura por um par de lentes “externas”, de vidro.
E escolher óculos não é um passeio no parque. Afinal, de Homem-Aranha, passo pra Clark Kent.
Horas em diversas óticas da cidade (e até em Sampa) não ajudaram na escolha. Óculos iguais, chatos, sem-graça, caros. Até achei uma loja com frames supostamente “exclusivos”, mas os preços seguiam a mesma linha de exclusividade. Resolvi desencanar.
Na urgência de achar um banho para o Sr. Lobo, caí num shopping. Na espera dessa lavada, encontrei o Benedito.
Pra ter certeza do grau de minha imperfeição, marquei um oftalmo. Desmentiu a lorota de que as lentes são venenos para os olhos e confirmou o grau de deteriorização de meus olhos: além de piorar a cegueira, surgiu um astigmatismo. Hunf!
Receitado, fabricado, buscado: coloquei pela primeira vez a armação feita sob medida. Na curiosidade do momento, saí da loja usando o novo brinquedo. Em segundos fiquei chapado. Mais eficiente que um shot de tequila, essa coisa deturpa a realidade bem mais que o encomendado. O chão fica distante, e olhar ao redor fica meio “olho de peixe”, andar é usar steadicam permanente.
Toda essa deformação da realidade deixa tonto, tanto que não dá pra contar nos dedos na mão os “quase” acidentes que sofri dirigindo na volta pra casa.
Depois de tirar tantas com a cara do Carlos, o 4 olhos oficial da paróquia, também virei nerd visual. E bem mais velho, também.
Por enquanto, só nos finais de semana.
sábado, setembro 06, 2008
dia do blógue 2008
Domingo passado foi o dia mais blógue da história.
Repetindo a idéia do ano passado, aqui vai mais algumas indicações de 5 blógues que não estão ali do lado mas deveriam estar!
1. MySpace do Bill Plympton
Ok, sei que não é um blógue, mas tem atualizações, fotos e contato do animador.
2. Olhos Livres
Esse é o novo endereço do Carlão, que antes aparecia aí no lado com o Reduto do Comodoro. Nova página, continuando com indicações imperdíveis de filme e sons, recheado de imagens lindas!
3. Like Cool
“Blógue-roteador” que publica os desenhos industriais mais legais da internet, dentre projetos, sonhos, lançamentos e conceitos.
4. Canto do Inácio
Não sou leitor desse blógue, mas sua coluna na Folha confiro sempre. Não tem como não virar fã de um cara que diz que Planeta do Macacos é um dos melhores filmes de 2001.
5. MAKE: blog
Com posts roteadores, as atualizações mais interessantes são vídeos. Weekend Project, por exemplo, são pequenas aulas de produtos e experimentações caseiras. De lá, por exemplo, fiz uma steadicam caseira.
Enquanto alguns novos elos surgem, outros viram pixels mortos. Bolero Revolto agora é só pra convidados, e tô fora da lista. Halina parou de publicar e deixou seu espaço literalmente Fora do Ar. Já Polajapa deixou sua vontade de publicar fotos na gringa. Essa mesma deixou todos com saudades no último post de Sami Semi Neusa Light, onde publicava seus textos. E aquela que era o ícone máximo de post na internet inicialmente fez promessas pelo suposto conteúdo “adulto” de seu blógue, mas desapareceu virando mais uma Super_desconhecida. Se algum deles ressurgirem como fênixes, avisem aí!
sexta-feira, agosto 15, 2008
quarta-feira, agosto 06, 2008
why so serious?
Qual a graça em matar ícones, destruir heróis, acabar com a imaginação?
Talvez por isso The Dark Knight destaque tanto um vilão que passa o filme todo querendo acabar com a moral da vida mascarada de Bruce Wayne.
Wayne tornou-se um milionário boçal e arrogante, sem motivação ou estímulo para ação (tendo que encontrar em seu mordomo a auto-ajuda necessária para tocar o barco e vestir a máscara na meia noite).
Heath Ledger mandou muito bem como Coringa, tirando de cogitação comparações com Nicholson. Seu visual está à altura de sua interpretação. Porém, não vejo uma definição de seu personagem: ele não se diverte com suas proezas, e muito menos não NOS diverte (salvo na cena do hospital, um dos raros momentos de humor do filme).
A maior influência para este vilão é o palhaço de Jogos Mortais. Não só esteticamente, mas pelas cenas de sofrimento alheio em virtude de situações esquematizadas por um doente, onde supostas escolhas "difíceis" ou determinantes colocam a moral/razão em cheque ( como nas fitas de torturas e no drama do navio).
Na primeira vez que vi, a "batmoto" se mostrou interessante, justamente por ser um elemento não "real" na trama. Mas, por mais que simpatize com as impossibilidades de fazer uma curva com a motoca, ainda falta nela o elemento morcego; não há nenhuma identificação com o protagonista. Esse trambolho de duas rodas poderia ser dirigido por qualquer um da rua: não é item do bat-cinto. Troque a imagem da cara do Batman pela cara da Mulher Maravilha e a moto será uma Moto-Maravilha-Modernosa.
Também falta criatividade pro Duas-Caras. Eta personagem feio! Não por ser um freak, mas por ser uma imagem desagradável aos olhos. Não é "real", é feia. Não é impactante, não diz nada, não tem a menor função. Chata.
Patético também é o momento onde Batman toma a pílula azul e vira Neo (vê além das paredes). Um Matrix tosco e confuso.
Essa falta de empolgação com o Batman, seja pelo visual genérico da cidade - Gotham continua sendo uma Boston e até aquela cidade chinesa fica mais interessante - seja pelos brinquedos não exclusivos, resulta num filme não Batman; até mesmo sem créditos iniciais para criar clima. No fim das contas é um filme policial qualquer.
sábado, julho 26, 2008
susto
No meio de 15 dias de férias recebi uma ligação de que meu perfil no Orkut estava com nome e foto alterados.
Por um segundo, vi minha vida online passar pelos olhos.
Depois de alguns dias fora, agora já está tudo em seus devidos lugares. E hoje recebi esse recado da equipe Google:
"Your account may have recently been impacted by a bug that affected your profile. Our engineering team has resolved this issue, and your profile has been restored. If you're still experiencing problems with your profile, please click "logout" and sign back into your account. At no time was your login information at risk. Your safety and security on orkut are a priority for our team. If you have further questions, please visit our help center or user group."
Ufa!
quarta-feira, junho 18, 2008
delírio em las vegas
Medo e Delírio em Las Vegas é uma viagem. Um mergulho em alucinações numa cidade-fantasia na década de 60.
Se hoje Las Vegas é um amontoado de hotéis-corporações, há 40 anos era uma cidade quase mística, um playground onde os limites mudavam de acordo com a imaginação, criatividade e nível alcoólico do turista.
São páginas de piras de um alucinado em mais de duas dezenas de drogas possíveis e imagináveis.
As transcrições dos pensamentos do chapado lembraram muitos textos de blogs, com pequenas observações sobre personagens estranhos, acontecimentos dignos de nota e outros nem tão relevantes assim.
Os efeitos das substâncias em que o protagonista é exposto são descritos com precisão e raciocínios absurdos são colocados com lógica e ao terminar os capítulos fica a dúvida se estamos sóbrios ou se aquilo foi escrito mesmo.
domingo, junho 15, 2008
um dia na história
Fernanda Takai escreveu sobre o poder hipnótico que sua filha traz aos olhos da mãe-autora; são dezenas de horas destinadas para contemplação da pequena, e logo após "sair de seu momento de observação", o tempo passa muito rápido.
Já se passaram vários dias do Monicontro, evento que esbocei, e que com ajuda de Murilo e Renato, consegui tirar do mundo das idéias e transformar num sábado inédito. Depois desse dia, o tempo voou.
O Monicontro foi sucesso de público - lotou a Sala Scabi, superando as mais otimistas previsões. Foi notícia nos sites especializados, jornais locais, rádio FM, TV.
As palestras rolaram bem, a apresentação do Rafa foi simpática e deu unidade, o vídeo de abertura, editado pelo Bruno, ficou tão bom que teve que ser repetido várias vezes durante o dia (pedido da platéia). A segunda edição do Quizz divertiu e o Concurso Cosplay foi uma surpresa visual pela empolgação dos envolvidos e qualidade dos adereços e fantasias.
Ganhei um prêmio exclusivo e lindão: o Troféu Capitão Pitoco: vale mais que qualquer Oscar tosco!
Obrigado para Samira e Munick, que cuidaram das barraquinhas de exposição dos brinquedos antigos e gibis raros (bem raros, um verdadeiro deleito visual fornecido por Paulo Back). Os sebos participantes venderam gibis feito água.
Fui uma tarde MUITO bonita.
Fora o evento, Corpus Christi foram dias de encontros. Ícones tranformaram-se em melhores amigos durante um curtíssimo período de tempo. Uma união de pessoas totalmente distintas, mas com um interesse em comum.
Passaram-se dias, e por alguns cantos da cidade ainda encontro cartazes perdidos, imagens em desquetopes do trampo e de casa.
Hoje só penso numa agenda para o segundo semestre de 2008. Mas minha agenda agora senta ao lado de uma enorme satisfação e orgulho.
sexta-feira, maio 16, 2008
Mutante Calado
Histórico saudosista, Carlos Calado é fã do trio Mutantes. Seu livro não é uma descrição completa da saga mutante, mas é uma pesquisa essencial para chegar mais perto dos dias em que Mutantes dominavam a terra. Anos em que o experimentalismo era de fato original e que o resultado não era uma tortura apresentada apenas à amigos.
Amizade, aliás, era o que unia esse grupo. Talvez fosse a criatividade. Sem dúvida foi a coragem. Enfim, independente do que unia, o resultado é que Sérgio, Arnaldo e Rita conseguiram uma conexão cósmica capaz de produzir algumas das músicas de rock mais impactantes já feitas no Brasil. Músicas, aliás, ainda elevantes, relevantes e impactantes.
Os Mutantes sabiam o que faziam, como faziam. Não se levavam a sério, aproveitavam seus momentos criativos com gosto e alegria. O humor, os elos, as pesquisas, e sobretudo a vontade e preocupação de fazer algo realmente próprio; de apresentar músicas como eles pensavam, como queriam, mandando às favas qualquer lógica ou preceito.
O livro termina com a esperança de que esse grupo volte a tocar. Demorou mais dez anos depois do livro ser originalmente lançado. Mesmo assim, sem a vocalista original nos microfones. E Carlos Calado faz com que mais um entre para sua torcida. Depois de saber detalhes de um grupo que enfrentou multidões em festivais para apresentar um sonho tão esquisito como apaixonante, é difícil não ficar na torcida de sua volta e numa nova sacudida na cultura atual.
quarta-feira, maio 07, 2008
Virada Cultural 2008
A determinação espacial na definição cultural é a chave para criar a complexidade de referências e profundidade de sensibilidades.
De sábado, 26, à domingo, 27, aconteceu uma das maiores manifestações culturais simultâneas da paróquia.
Não foram só varios shows montados para vender ingresso e bebidas a preços exorbitantes (sem entrar no mérito de ser um evento organizado pela prefeitura em ano eleitoral).
Foi um mergulho. E diferente de entrar num tonel de água ou tinta, materiais que sabemos o que vai acontecer ao meter a cara, não tinha como prever como seria passar essas horas no centro de São Paulo.
Os shows eram mais previsíveis. E funcionaram com uma precisão invejável.
Mundo Livre S/A e Vanguard foram esquentas. Distantes, nada marcante. Talvez pelo palco, pelo horário ou empolgação.
Disso prum gigante que empolgou e comoveu. Gal gritou, pulou, e deixou o clima super caseiro. Mestre, a seleção musical foi cantada com gosto de quero mais. Costa causou tumulto e teve um dos momentos de maior público de toda a virada. Furtos de celulares à parte, um show que só o cruzamento entre a São João e Ipiranga pôde conceder.
A Balada Silenciosa foi coisa pra paulistano ver. A idéia foi tão interessante que todos foram conferir. Pra quem tava zappeando, só restou a imaginação de quais sons faziam a pista.
A Virada das Vampiras foi outra surpresa de público. Os ingressos acabaram e não deu pra ver o filme das 2h, cuja bilheteria ficou sem os tickets de entrada uma hora antes!
Os quadrinhos criados, desenhados, pintados e artefinalizados "num aquário", ao vivo e à cores foi hipnotizante. Com viagens desnecessáras contra o talento assustador de diferentes roteiristas. Destaque para o A4 de Laerte. Simples, puro. Detonou.
Mutantes já no palco, e a correria para ouvir que eles continuam meio desligados. Não só isso, mas completamente alucinados e poderosos. Se a idéia de velhice não alterou os dedilhados dos Stones em Copacapana, aparentemente também não influenciaram os loucos daqui. Não consegui ver quem era a vocalista da vez, que não foi nem um pouco original e seguiu a cartilha sem surpresas. Mas o restante da trupe, visivelmente alucinados de alegria, estava criativa e transendental. Muito mais que o público, por sinal. Algumas músicas não eram familiares, pelo que percebi, novas. Terminaram com mantra raivoso, tropicalista e quase epilético contra as pessoas da sala de jantar. Merecido. Foram responsáveis pela música-chave da Virada, que encheu muitos olhos: a Balada do Louco. Eles insistem em serem felizes.
Novamente a sala com Vampiras lotou e perdemos as garotas das 4h.
Sambas, pessoas dormindo com mendigos e dividindo cobertores de papelão, pessoas fantasiadas, darks estranhando tanto movimento, policiais cansados e procurando formas de se manterem
acordados. O clima das 5h era frio, mas o público insitia em perambular pelas ruas. Um exército de zumbis involuntários procurava o melhor caminho para a próxima atração. Alguns desses faziam trajetos com o dedo num guia de bolso, outros preferiam ficar horas encarando uns totens gigantes, tentando entender o mapa ou a programação.
Depois de uma pizza individual por 3 reais (que jurava ser R$ 2,50 minutos antes), enfrentamos as Vampiras. A indicação era do Carlão, cujo blógue está aí do lado há anos. E superou as expectativas, de novo. Alucarda é o entontro de Carrie com Exorcista. Por mais que o conforto da cadeira roubasse alguns momentos de cochilo, o drama da garota num convento bizarro e sua amizade com Alucarda, é um deleite visual.
Sua sinópse revela muito: They gave their souls to Hell... but the Devil wanted MORE! Para rever.
Temendo a luz do sol, saímos à procura de mais sons. Na presença de outros seres estranhos, Quasímodo fazia com que alguns perdidos bêbados pulassem empolgados no Baile do Arouche.
Na sequência, no palco principal, uma multidão esperava o Teatro Mágico. Trupe circense. Músicas que todos na platéia, majoritariamente crianças, cantavam com emoção. Um show de imagens, articulações, sons e efeitos. Mas música fica em segundo plano, e as poesias tratam do amor de duas pessoas como arroz e feijão.
Já tonto, procurei uma padaria prum café, que foi encontrada no Copan. Logo Malu Magalhães entrou no palco das meninas, em frente onde saboreava um folhado.
Indiezinha, a aposta do myspace foi simpática. Sem controle nenhum da situação (foi instruida diversas vezes pelo namorado vanguardista durante a apresentação, mudava de tom, ritmo e melodia sem propósito). Renato, que me acompanhou na Virada, estranhou o repertório folk norte-americano, um tanto deslocado com o restante das atrações.
Depois de experimentar o famoso sanduíche de mortadela do Mercadão, sobrou apenas alguns acordes de uns índios que se expressavam na porta do Mercado Municipal. Mas, depois de 20 horas de natação em som e imagens, não entendia mais o que acontecia.
No final eram só pernas doloridas e a cabeça fervendo de idéias.
segunda-feira, março 31, 2008
como alguém pode perder um mouse?
A resposta não está numa música do Calyspo (ao menos não no meu caso).
A Banda Calypso, aliás, tem se mostrado cada vez mais divertida. Baixei pela curiosidade, mas mostrou uma criatividade imensa. Não tem como ficar de mal (nem de mau) humor com as palavras de Joelma - praticamente uma Madonna tupiniquim.
Ainda na música, uma matéria da ilustrada sobre o axé music me deixou saudoso da Daniela. Seria o fim dos tempos?
Fora dos ouvidos, sei que meus escritos, ao menos nesse blógue estão raros. Não que a poeira tenha baixado. Muito pelo contrário, minha casa é só pó: buracos cortando o chão, novos quadros nas paredes, novas madeiras para colocar gibis e livros.
Livros que finalmente tô lendo.
Ler, isso quando não estou matando uns jedis do mau - ou seriam siths? - no melhor jogo dos últimos tempos.
E isso lembrou que, sobre cinema, queria muito escrever sobre Jogos do Poder, uma daquelas surpresas muito boas. Tinha esperança de convencer mais alguém pra ver o filme. Uma direção de arte fodona, uma história inusitada e refrescante. Falando agora, deu até vontade de ver de novo. Se bem que nessas alturas já deve ter saído de cartaz, e se pá, estar até no dvd.
Fora isso, o trampo que escorre pelas mãos, com cada dia uma bizarriçe (que nem é com cêçedilha, mas que fica ainda mais bizarra com a minhoca no "cê").
Num dia que começa o frio (pela ironia do destino, como diria Alanis na música definida como o hino da Lei de Murphy, logo quando conquistei um ar condicionado), me lembrei que muito do que acontece aqui está em algum lugar registrado. E nesse vídeo empolgado, sigo com minha pregação pró-twitter, esse "novo" brinquedo que rouba as páginas dos meus dias - e que desta vez inspirou links, em vez de matar a palavra inicial.
Ps: Post completamente influênciado por esse livro do Mario Prata, sujeito de crônicas viciantes. Valeu pelo presente, Cláudia! :)
domingo, março 23, 2008
Evil Ed
Sweeney Todd é grandioso por criar imagens fortes. Fotos simples, com uma força narrativa imensa.
Cenas elaboradas, usando som, luz e cor com domínio e precisão.
A luz, ou a falta dela, é reflexo dos personagens, da cidade, do clima. A escuridão é praticamente um personagem próprio.
Atores em sintonia. Essa harmonia passa pelas músicas, cada vez mais elaboradas na medida em que o drama passa.
E é simplesnte hilário!
Acima de tudo, um filme sem-vergonha. Sem vergonha de ser brega, de ser kithsh, de extremo, de ser pop. E esse semvergonhismo todo resulta numa honestidade. Num trabalho maduro, estudado e trabalhado frame a frame. Não é apenas original, só uma história inesperada e trágica. Não. Só ser pop não basta. Seus efeitos especiais são naturalmente fakes. São imagens marcantes e lindas. Pequenas e complexas. Críticas e singelas.
quarta-feira, março 05, 2008
V de Vingança
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
bombástico
Mudei de sala.
Sem terminar os projetos e reformas, já me instalei num novo espaço de trabalho, num outro ambiente para os dias úteis.
Maior, melhor.
A pilha de trampo ainda está em cima da mesa, e mais dezenas de outros afazeres ainda na cabeça.
A mesa é provisória, algumas paredes vão ganhar mais tinta, e vários utensílios de trabalho mudarão de lugar. Faltam conexões para que tudo funcione em plena ordem.
Mesmo assim, ao sair dessa sala, que foi pensada e projetada para ser meu novo universo nas tardes, foi responsa. E altamente empolgante.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
no reino da alegria
Carnaval já era encarado como um tempo pra descansar, afinal ir à qualquer praia seria chateação, trânsito, pessoas bebadas pagando mico na tevê, músicas repetitivas à exaustão, axé e funk de quinta no carro ao lado, irritando logo nas primeiras horas do dia. Isso sem considerar os eventuais "pagodinhos". Em suma, quatro dias onde o demônio não influência as músicas, mas todas são infernais.
Isso mudou em 2008. Perdido no estado de São Paulo, existe um pequeno oasis chamado Vale do Paraíba.
E lá, uma cidade onde o Carnaval é inocente e divertido, mas um grupo de pessoas engraçadas e curiosas.
São Luis do Paraitinga já é meu destino de 2009, junto com o máximo de amigos que conseguir carregar.
Marchinhas. Sambas rápidos e empolgantes, em blocos vibrantes e danças desengonçadas. O álcool que não força uma situação, mas que ajuda a descontrair e empolgar. Cores, numa diversidade única e sem medo de ser feliz.
Se estivessem no Orkut, já teria adicionado Juca Teles, Barbosa e tantos outros personagens que viram irmãos em pouco tempo.
Fora essa pérola perdida em São Paulo, vi Jaculândia e seus moradores simpáticos e pulantes.
Finalmente pude verificar que os elogios de Steeeela sobre sua terra e sua gente não eram em vão: existe uma magia no ar, algo na água ou simplesmente um sexto sentido que deixa aquele povo tão marcante.
Algumas imagens foram captadas pelo meu celular e estão no novo recurso do blógue, aí do lado: meu flickr num clique.
quarta-feira, janeiro 09, 2008
Molto Piacere, Signorita Rossi
Norman McLaren desenha em película. Faz linhas horizontais dancarem jazz, traços verticais, balé. Numa fusão insana, produz pontos-espelhos que beiram o caos num caledoscópio de imagens coloridas e movimentos naturalmente animados, num timming impressionante. E, descobri ao acaso, em mais um evento escondido de Curitiba. Enfim, ainda restam sessões. Aê!
terça-feira, janeiro 01, 2008
as primeiras palavras de 2008
Não tenho promessas. Sem expectativas. Nada de superstições.
Sei que hoje começa um ano foda.
Com muito trampo. De várias mudanças. Definições que trarão realizações.
E foi dada a largada!