domingo, julho 30, 2006

na contramão, parte 2


Odeio bufê por quilo! A fome não me deixa escolher a melhor combinação de comidas; e a variedade de pratos é cada vez maior nesses lugares. Acabo sempre com um pratão, que mistura sushi, estrogonofe e goiabada! Mas tudo bem, afinal as conseqüências desse momento sem noção e desenfreado consumismo passa em instantes, logo após a hora do almoço. O pior que pode acontecer é uma dor de barriga ou uma porção de comida deixada no prato.
Mas tem gente que não tem noção em nenhuma ação da vida. Que não tem sensibilidade pra combinação de roupas: usa só um tom ou nada feito. Que não entende a lógica atrás de uma música, que não vê diferença entre as marcas de carro, entre os tipos de construção, entre a luz do Sol e luz Neon. E, chegam ao extremo de pensar que tem noção. Jogam no lixo lindos projetos, complexas e muito bem trabalhadas estruturas pelo simples luxo de novos apetrechos. Ignoram movimentos artísticos, e vivem sua vida numa mediocridade impressionante.
O que fazer com elas? Ignorá-las e revirar seu lixo atrás de pequenos tesouros.

na contramão


Tá tudo errado!
Por cinco anos de estudos, não devo ser pressionado a responder perguntas mal elaboradas sobre. A pressão não tá no contrato. Não é prevista. Não é necessária e sobretudo não é útil, pra nada!
Naquela lógica banal e real: o que é obrigatório vira um pesadelo!
E acordamos no meio da noite com medo de atingirmos o que sempre sonhavamos.
Não é por aí. Fazer o quê?
Entre nesse trem doido, e caia ladeira abixo!

quarta-feira, julho 26, 2006

de novo


Uns ficam indignados com a guerra que acontece, de novo, lá em Israel. Eu nem me atrevo a pensar neles. Talvez pela distância, ou pela impossibilidade de compreender uma luta que acontece há séculos. Meu país existe há duzentos anos, temos terra pra dedéu, e nunca conheci um fanático religioso que acreditasse que a sua sina fosse pendurar dinamite em volta do pescoço, entrar num Shopping e se explodir junto dezenas de incrédulos.
O que realmente me preocupa, e me atinge diretamente, é a banalidade com que encaro a situação de, pela 6a. vez, chegar ao lado de meu carro e encontrar o vidro quebrado. Em plena segunda-feira.

segunda-feira, julho 24, 2006

olhar fuminante


Descubro novo sons quando escuto uma música pela segunda vez, ou percebo novos tons em quadros após um atenta revisão. E com alguns filmes, existe toda uma segunda trama escondida pelos fotogramas. Algumas imagens são complexas demais para um simples olhar.
Ontem revi Ninotchka, uma comédia romantica de 39. Tão percursora quanto definidora de todo um gênero, a segunda vista trouxe significantes que transcendem qualquer outro sentido percebido até então.
Uma comédia que flerta com o drama, em situações que mostram que atrás de teorias sociais e econômicas, existem pessoas que comem, viajam, respiram e sonham.
Personagens mais que redondos, apaixonantes. Situações hilárias e ao mesmo tempo um tanto melancólicas e altamente críticas. Película ousada; simples, mas longe do banal. A seriedade de nossos atos diante da diversão de um chapéu tosco; a impossibilidade de viver só pela lógica.

terça-feira, julho 18, 2006

quem te vê


Seja um sapo. Uma embalagem de cereal, um pó mágico. Seja um magnata francês, um lixeiro ou piquenês. Seja uma palavra que nem existe no Google.
E na net você pode ser tudo isso e mais um pouco. Afinal, contas no hotmail são mais fáceis de abrir do que contas bancárias. Um profile fake no Orkut mais necessário do que útil. E crie blogs na internet tão bem montados que se você colocar numa lista de indicados, ninguém saberá que é você. Comente seus próprios posts para que ninguém nem desconfie.

Porque, no fundo, somos todos invenções.

terça-feira, julho 11, 2006

segundo round


Para alguns, a eliminação de Brasil na Copa significou a volta a realidade. Para outros, a vitória da Itália (o verdadeiro fim da Copa - e das fugas). Pra mim, os efeitos alucinóginos da droga acabou há pouco, quando terminei de ver a segunda temporada da série perdida.
Enquanto uns teorizam sobre a cabeçada de Zidane, outros com quem deveria fazer sexo na próxima temporada de Lost, fico com as obrigações atrasadas.
Três meses depois de declarar que meu ano finalmente começara, digo que esse ano passou pra segunda fase.
Em plena segunda-feira, dia 10, no primeiro dia de inscrições pra Ordem, esperando uma negociação que mudará minha vida (ou ao menos meu endereço), onde tudo gira e fica parado no ar por alguns segundos.
E nada mais adequado para começar essa segunda fase-semestre do que com um post cheio de links inúteis e um vídeo mais tonho ainda!

sexta-feira, julho 07, 2006

no país da geologia


No testemunhal de Alice descrevi o quão importante ela é em minha vida. E embora soubesse que sua escolha profissional implicava numa vida adulta cheia de viagens, mudanças e uma rotina num universo completamente paralelo ao meu, não percebi a gravidade da situação até que a realidade foi exposta na minha frente.

Domingo ela foi embora.
Seguiu em seu caminho onde pedras são amigas e o ouro é preto.
Nos deixou aqui perdidos,
com muita saudade,
e o desejo de que sua vida dê certo, seja no Rio, na Bahia ou em na casa da mãe Jana!

segunda-feira, julho 03, 2006

em vão


Tanto que choveu, tanto que molhou.
Tantas apostas de goleadas, tantas propagandas com a cara (e dentes) de Ronaldinho Gaúcho. Milhares de promoções de viagens à Alemanha, cobertura especial dos mais variados programas de TV. Um desconto imperdível nas Casas Bahia. Aquela euforia doida de faixas verde-amarelo nas janelas dos apês, bandeirinha R$ 1,99 pendurada no carro. Camelôs na esquina com produtos de terceira com a bandeira do Brasil estampada. Um verdadeiro carnaval na hora dos jogos. Nada disso adiantou: a conquista brasileira da caneca foi pro vinagre.

E perdemos um motivo de união, de conversa, de identificação coletiva. Voltamos ao nosso umbigo, aos nossos jogadores que são de papel e a ilusão de que o resto do mundo está aos nossos pés.