sexta-feira, novembro 30, 2007

é hoje


Superbad é foda.
A maior surpresa do ano.
O filme já começa bem: créditos iniciais simples com uma dança improvisada, uma trilha sonora antiga, efeito especial tosco. Despreocupação, antecipando sinceridade em detalhes como os movimentos e jeitos. Além de ser uma entrada bem divertida!
Logo surgem os protagonistas travando uma discussão com texto firme, elaborado e, ao mesmo tempo, banal, cotidiano. Segue a história, inusitada, com situações altamente identificáveis.
Em suma, é o amadurecimento, amizade, expectativas e dramas de garotos de 17 anos, e parece que é filmado por garotos de 17 anos. Flerta com os clichês de filme high school, porém subvertendo-os. Os personagens são redondos (não no cinto, mas em ações e reviravoltas). Sem humilhação, sem cenas escatológicas desnecessárias como nas comédias dos irmãos Farrelly. Há um humor de situação.
Tem um q de John Landis, daquelas comédias de 80 de grupo de amigos que parecem escorrer honestidade e inôcenciada tela.
Sem frescuras, sem intenção de ser "moderninho", sem cameras tremidas ou imagens em fast foward.
Gosto do uso de um imaginário deslocado; de uma certa não definição exata de tempo e espaço (na verdade existe, mas por momentos, não). A música remete aos anos 70, a estética, 80, as referências, 90. É um tanto como uma lembrança, uma revivência de experiências passadas transpostas na tela.
É uma comédia melancólica. Humor, com piadas, gestos, dramas e imagens hilárias por si só.
Um filme que eu gostaria de ter feito. Um dia na vida de amigos; com os acontecimentos, sentimentos confusos, despreparo, quebradas de cara e crescimento em conjunto.

segunda-feira, novembro 26, 2007

não compre nada


Teve quem escreveu manifestos. Uns deixam a barba crescer. Outros governam um país por décadas. Os mais radicais, comem criancinhas no café da manhã.
Um grupo light, anunciou o dia sem compras. E foi no sábado que passou.
Justo durante o final de semana mais capitalista de todos os tempos.
Comprei remédios, coleira, luminária, comida, estoques, dvd, estacionamento. No dia, fui verificar um salão de apresentação de carros, ícones máximos do consumimo exacebado. Máquinas que se tornaram essenciais, reflexos de uma burguesia ávida pelo lucro máximo, qualidade mínima, marketing puro.
No domingo, almoço em fast food norte-americana, seguido de passeio familiar pelo Shopping, já lotado por causa dos feriados de fim-de-ano e férias escolares.
Não que eu não simpatiza pela causa, ou que não me impolgue com movimentos de internet. Não tem como. Será que tô ficando velho?

domingo, novembro 11, 2007

slam dunk


Meu primeiro mangá!
Ao menos o primeiro que tô acompanhando. E esse misto de humor-deboche-ação-romance é foda.
Se a cultura japonesa tá domindo tudo; de sushis à karaokê, de lágrimas de shoyo à The 5.6.7.8's, é tudo justificável.
Há uma desprentensão nos traços, e por mais que exista uma busca por um desenho real, com quadros "sérios" e verossimilhantes, o exagero em feições e gestos é que mais agrada.
Um novo mundo se apresenta. Agora é só invadi-lo!

segunda-feira, novembro 05, 2007

Björk explodiu no dia do Saci


Tal qual o personagem que pula em um só pé, a pequena islandesa pulou sem parar.

Menina tímida, Björk enfrentou uma multidão com apelos visuais e a companhia de músicos, máscaras, metais e corais. No centro do palco, jorrava suas interpretações e invocou a platéia para uma sessão de exorcismo e loucura coletiva.

Sem limites de cores, de tons e sons, Björk não apresentou um show coeso, comestível ou entendível. Por instantes, era só ritmo. Em seguida, sua voz hipinotizava com um mantra. Em instantes, estava enfeitiçado, num plano alfa, transcendendo prum universo sem lógica.

Dominado pela sensação, Björk faz movimentos, pula pequeno, dança com o braço, flutua a cabeça, explode a mão em fitas mágicas. Uma alucinação auditiva e visual.


Arctic Monkeys foi protocolar. Como Strokes, tocaram as músicas com fidelidade espantosa aos mp3s que os vanglorizaram. Talvez pela ressaca física e mental de ver aquela garota nos drogando com berros, a banda não me apresentou nada de inovador ou tocante.

The Killers foi Pop. Acima das expectativas: se divertiram, brincaram, empolgaram e se esforçaram para entregar músicas empolgantes, acordes pulantes e refrões gritantes. E deu certo! Finalmente o público pulou, riu, se emocioniou. Também, se nem com luzes piscando e vocalista se matando no placo o pessoal não tivesse se manisfestado, nada mais faria!