domingo, março 23, 2008
Evil Ed
Sweeney Todd é grandioso por criar imagens fortes. Fotos simples, com uma força narrativa imensa.
Cenas elaboradas, usando som, luz e cor com domínio e precisão.
A luz, ou a falta dela, é reflexo dos personagens, da cidade, do clima. A escuridão é praticamente um personagem próprio.
Atores em sintonia. Essa harmonia passa pelas músicas, cada vez mais elaboradas na medida em que o drama passa.
E é simplesnte hilário!
Acima de tudo, um filme sem-vergonha. Sem vergonha de ser brega, de ser kithsh, de extremo, de ser pop. E esse semvergonhismo todo resulta numa honestidade. Num trabalho maduro, estudado e trabalhado frame a frame. Não é apenas original, só uma história inesperada e trágica. Não. Só ser pop não basta. Seus efeitos especiais são naturalmente fakes. São imagens marcantes e lindas. Pequenas e complexas. Críticas e singelas.
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Um comentário:
Faltou o adjetivo senso-comum ao filme: sanguinolento.
Não achei an foto simples: achei a fotografia densa, uma elaboração maior da estética vitoriana já trabalhada pelo diretor em tantos trabalhos --a névoa londrina de "O Cavaleiro...".
A história é ótima, o roteiro bom, sem furos. Tem clichês, que não citarei aqui pra não virar um spoiler, mas que não traduzem o filme em um pop clássico: musicais são naturalmente 'unpop' para brasileiros, pelo menos.
Eu gostei muito, mas tive que pensar a respeito depois. Mas não me chame pra ver o filme de novo. Senão Tim Burton me tornará definitivamente vegetariana.
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