sexta-feira, novembro 24, 2006

adeus, adeus, adeus


Quando entramos num projeto, não percebemos a magnitude e como o projeto acaba se tornando nossa vida. Assim mesmo, do nada, uma nova profissão, entrar num curso ou começar a fazer um exercício: isso vai ser você. Te define. Algo como: você é o que você faz.
E se a vida que levamos é essa de atos diários: é isso que sou? E se eu não quizer ser isso o que faço, como mudar?
Uma frase em A Prairie Home Companion, dita pelo vilão fodão da história, está até agora ecoando na minha cabeça: para que você consiga achar uma nova vida, tem que perder a sua antes.
Nesse amontoado de persoangens criados nesse filme, onde a paixão de uns se mistura com a morte de outros, com a vida, alegria e tristeza: tudo num mesmo bolo.
E quando chegamos ao fim da vida, ao fim de um projeto, percebemos a beleza de tudo que passamos e o quão importante é estar ao lado de quem importa, fazendo o que você quer.

Além de tudo isso, esse filme é uma bela forma de se despedir do mundo. Nos cinemas, a última obra, o suspiro final, um filme sobre despedida.
Ciao!

2 comentários:

Lena disse...

E falando em despedidas... Philippe Noiret se foi. Não sei se vc gostava do ator - ou até mesmo se o conhecia -, mas esse cara valia a pena. Quando o vi em Cinema Paradiso, fui logo com a cara dele. Depois, em O Carteiro e O Poeta, deu para captar toda a sensibilidade da interpretação. Dele e do Massimo Troisi (o carteiro), que morreu um dia depois de concluídas as filmagens. E, finalmente, um dia resolvi ver um filme só por causa do ator, de Philippe Noiret. Foi A Vida e Nada Mais (La vie et rian dautre... coisa assim). Ele ganhou um Cesar pelo papel. Nossa, fiquei triste de verdade. Quase até como fiquei quando Jack Lemmon se despediu deste mundo.

Ruth Queiroz disse...

Engraçado que estes dias, não sei se a chegada do fim do ano, ou a perspectiva de início de outro sempre me deixam assim tbm, introspectiva, Vc fez várias considerações, só vc sabe a profundidade das questões que coloca em relação à vc msm, mas, no geral dá pra entender. Faz parte!
O tom me deixou um pouco preocupada, é bem de despedida, mas tbm faz parte, eu acho! Eu concordo em grande parte com o texto, a gente tem que se perder às vezes, pra sair do programado, certo, óbvio, previsível, enfim são tantas incertezas, como ter certeza de alguma coisa não é? Sempre ha riscos a se correr, então que seja arriscado.
Tomara que seja só Ciao, adeus é muito definitivo!