segunda-feira, junho 06, 2005

As faixas brancas


Presenciei um pacto. No palco uma performance impecável.
O paraíso foi pano de fundo na apresentação da dupla White Stripes, que fizeram 1h30min de barulho em formato de música. A dupla domina o palco. Conversam com os instrumentos, trocam provocações com a platéia e fazem uma interação psíquica entre irmãos. Jack é o maestro: determina a ordem das músicas, o tom, o ritmo, as paradas, os diálogos, a voz e a soma. A experiência com outros sons além da guitarra, vocal e bateria mostrou potência e domínio do rock, seja ele country ou blues. Xilofone, piano, sininhos. É uma orgia de sons: único, harmônico, pesado, inspirado, emocionado, espiritualizado, sobre-humano e, demoníaco.

Reclamo de Seven Nation Army, tocada no bis a pedido da platéia que gritava “Oh, Oh oh oh oh ooh, oh”, seguindo o riff. O resultado foi desastroso, pela assustadora semelhança com aquela versão dance-cretina do refrão ao som de batidas estúpidas. Este foi um detalhe afastado pelo quebrado e transcendental solo de guitarra que calou a boca dos manés que insintiam em cantar aquele “oh oh oh” dos infernos!
Meu irmão disse e concordo: faltou coisa. Muita coisa. Principalmente The Hardest Button to Button.
Estive diante da formação musical mais influente, hipnotizante, devastadora e incrível da minha era.

2 comentários:

verdimarte disse...

Seu poser!

verdimarte disse...

Seu poser!