sexta-feira, junho 11, 2010
Perdeu, mané!
Lost perdeu a graça muito antes de acabar.
Lost criou personagens cativantes e carismáticos: Rousseau, Desmond, Hurley, Vincent, Penelope. Outros cheios de mistérios e ódio: Os Outros, Sayid, Benjamin Linus, The DHARMA Initiative. Teve cenas interessantes, conceitos instigantes e provocantes.
Seu maior mérito foi criar mistérios. E, o pior defeito, explicá-los.
Temos o Lostzilla como exemplo.
O que atacou o piloto no primeiro episódio? Era um monstro? Seria uma máquina? "Sistema de proteção"? As dúvidas faziam a imaginação rolar solto. Salas de chats lotadas enquanto páginas e páginas de fóruns refletiam sobre. Mas aí eles responderam: era uma fumaça negra.
Virou piada: “fumacinha preta”, “nuvenzinha do mal” e até “pum do Locke”. Jogaram a oportunidade de criar um dos melhores vilões da televisão no ar. Literalmente.
Mesmo assim, a série foi um dos assuntos desse começo de século. Mas acabou mal: tentando se explicar. Na última temporada, poucas cenas são relevantes; grande parte dos capítulos focaram-se nos tais dos "flashsideways", que nada acrescentaram sobre a trama. Episódios completamente desnecessários.
No final, temos uma série ignorante em lidar com suas criações. Personagens que mudavam de personalidades a cada episódio. Lições de moral. E um fim mais próximo do gospel que a Rede Vida poderia se orgulhar.
A audiência concorda com essa decepção: "The End" foi pior que a média da primeira temporada, e até Alf – o E.Teimoso teve uma Series Finale de maior impacto (também, foi uma série que não mudava a personalidade do simpático extraterrestre a cada flashback. :P)
Ps: Publicar qualquer coisa sobre a série meses depois de seu fim parece tão anacrônico quanto comentar o fim de uma novela ruim da Globo, tipo aquelas da seis, uma semana depois de sair do ar.
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