domingo, outubro 04, 2009

morrer e viver na blosfera


Idéias se perderam. Acontecimentos dignos de notas ficaram sem palavras. Alguns pensamentos viraram apenas 140 caracteres.
E enquanto mais uma primavera chegou, roubo essa imagem de um dos poucos blógues que ainda mantinha atualizações impressionantes, mas que acabou de anunciar “recesso por tempo indeterminado”.
Durante esse domingo, pequenas organizações rolam no meu desktop e uma visita a esse espaço de publicação me lembrou de projetos que merecem textos, imagens, reflexões.
Enfim, que sejam apenas férias, Quixotando!

sábado, fevereiro 28, 2009

declarando o reino da alegria


Se no ano passado deparei-me com uma cidade que mudou todos os meus paradigmas sobre Carnaval, esse ano cumpri a promessa de voltar para lá com o máximo de pessoas que conseguisse.
Com xtelinha, juntamos 23 pessoas e fundamos oficialmente o Reino mais sorridente do planeta.
Aquele que canta em desespero para que Barbosa não corra, que dança a trajetória da pescaria do namorado da Maricota, que chama Ets para festa, que declara com Juca Teles palavras de amor, que enfia o pé na cova e que desce no Baco, Baco, Baco!
São Luiz do Paraitinga é uma cidade de 10mil habitantes que teve, em 2008, mais de 150mil visitantes nos dias de Carnaval.
Morando durante esse feriado numa casa próximo do centro, todas as primeiras impressões ficaram ainda mais evidentes.
Não há motivos para estresse no paraíso: na falta de água, corre-se para a cachoeira; na falta de som, puxa um violão; na fila do banheiro, conversas e xibocas; na espera do almoço, um bloco; no cansaço, qualquer canto é cama de mola.
Longe de qualquer aparelho que precisasse de eletricidade, perto apenas do trio elétrico.
Num clima Novos Baianos, formou-se de grupo de desconhecidos um Reino Unido. Apesar de ainda estranhos, a companhia dessas pessoas era esperada e querida.
Mais outros tantos foram fisgados pela inocência, cores, vida e simplicidade de SLP. E que venham os próximos!
Para + fotos, vídeos e reservas de casa para ano que vem (!): site oficial e um outro qualquer.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Maysa é Tim Maia de saias



Enquanto a TV Globo apresentava a minissérie sobre a cantora, eu terminava de ler as últimas palavras da biografia do cantor, escrita por Nelson Motta. E ambas as obras apresentavam mais semelhanças do que diferenças.

São dois resgates de valor histórico cultural incalculável; afinal foram duas personalidades de grandes expressões artísticas em seu tempo, mas cujas trajetórias foram esquecidas por quem viveu e são desconhecidas por quem nasceu depois de suas mortes precoces.

Enquanto figuras, são ótimos temas. Pena que os trabalhos finais ficaram tão rasos.

Nelson Motta, em O Som e a Fúria de Tim Maia, como outros de seus escritos, é um diário pessoal com algumas pesquisas de época. Enquanto exercício de resgate histórico de Motta, nada mais é que um blog de historietas pitorescas publicadas em forma de livro.

No estudo da trajetória da vida do rapaz, não entra em detalhes da carreira, passa em branco durante diversos anos da vida do cantor, e as informações são mais imprecisas que alguns relatórios da ONU. Por exemplo, a repercussão do trabalho de Maia é descrito como: "e a música foi um sucesso!". O que é exatamente um sucesso?

Faltou muito. Só não faltou mais que o próprio Tim Maia por falta de tempo!

Não vi todos os capítulos de Maysa - Quando fala o coração (na verdade vi só os três primeiros blocos do primeiro), mas tive uma noção geral do que se trata a série: moda!

A produção buscou uma reprodução fiel da época. Olhar pra tela é praticamente ver um grande trabalho de resgate histórico... de carros, prédios, acessórios e, claro, roupas. Centrou-se em reproduzir fotografias e transforma-las em imagens em movimento.

Mas pessoas não são planas como fotografias. Muito menos Maysa.
Existe muito mais num olhar. E é nisso, na vida, em que o programa de televisão passa completamente batido.


Existe uma mulher Maysa, que não é um pedaço de pano, e sim um ser intenso, nervoso, explosivo, destrutivo, carismático.

A Maysa da TV tem só um olhar, uma boca (sempre biquinho), uma face. Nada nem próximo do que encontramos nas músicas e vídeos do youtube.

Trata-se de resgate de alguns fatos, mas não da persona, da artista. É um projeto sem nenhuma das características de Maysa. É covarde, simplório, sem sal, tradicional.

Mesmo assim, ainda fico curioso para ver o resto da trama. E quando chegarem os DVDs terminarei de assistir a saga, mais por curiosidade história do que expectativa criativa.